75 anos de história(s)

Convidámos os nossos Colaboradores a partilharem eventos marcantes, uma história emotiva ou engraçada, um momento que nunca se vão esquecer, passado durante a sua jornada pela Salvador Caetano. Mais antigo ou mais recente, o importante era ser sentido.

Veja o que eles têm para lhe contar!

Fernando Leite
"Andava eu a espreitar para dentro das salas para ver se descobria onde entrar, quando de repente, vejo uma porta a abrir de onde sai o Sr. Salvador Caetano."

Fernando Leite, Administrador Delegado/CEO na Robert Hudson

Em 35 anos de trabalho no Grupo Salvador Caetano, muitas histórias existem para serem contadas, mas aquela que mais me marcou, foi sem dúvida esta que vos conto: Tinha eu entrado para o Grupo SC - iniciei a minha atividade na Toyota em 1986 no Concessionário LAGOR em Espinho e o Grupo SC comprou a concessão em 1994 -, quando fui chamado para uma reunião na Sede, ainda no edifício antigo. Dirigi-me à receção e disseram-me para subir, informando-me a sala onde me deveria dirigir. Entrei naquele grande corredor. Andava eu a espreitar para dentro das salas para ver se descobria onde entrar, quando de repente, vejo uma porta a abrir de onde sai o Sr. Salvador Caetano. Lembro-me que, nesse momento, o meu cérebro disse às minhas pernas "mexam-se". Mas o nervosismo era tal, que as pernas não se mexeram!

O Sr. Salvador dirigiu-se a mim (provavelmente porque me viu com cara de pânico), cumprimentou-me e, com a sua voz firme, perguntou-me "E na contabilidade como é que estamos?". Ainda hoje não me lembro o que balbuciei, tal era o estado de nervos. Apertou-me o braço e seguiu à sua vida.

Embora eu na altura fosse o técnico de contas da Salvador Caetano Espinho, estou convencido que me confundiu com alguém da sede, dado que a aquisição de Espinho era recente. Mas, para mim, aquele episódio marcou-me para sempre. Afinal, tinha cumprimentado o Sr. Salvador Caetano! É uma história que conto a Colaboradores e colegas milhares de vezes.

"Uma colega que me acompanhava, rematou a minha observação dizendo que eramos uma família! E o Sr. Salvador respondeu: - Uma Grande Família!"

Vera Costa, Direção Comercial na Caetano Baviera

Vera Costa

Corria o ano de 1972 e a minha mãe, grávida de quase cinco meses, foi bater à porta da Salvador Caetano de Ovar. Atendendo à complexa situação económica que os meus pais vivam nessa altura, foi dada uma oportunidade de trabalho, que a minha mãe soube sempre reconhecer e nunca escondeu dos filhos a admiração e gratidão que sentia por esta organização, sobretudo pelo seu Fundador que ela descreve como um Sr. extremamente educado, simples e preocupado com o bem-estar dos seus Colaboradores.

Os anos foram correndo e o meu crescimento foi estando sempre interligado com esta Empresa, quer na minha infância, participante em atividades promovidas, sobretudo por altura do Natal, quer na minha juventude, enquanto estudante, em atividades relacionadas com serviços de manutenção, nas minhas férias de verão.

Chegado o ano de 2002, a minha família bate novamente à porta desta organização. Desta vez, o pedido era meu! Queria fazer um estágio profissional numa Empresa do Grupo. O sonho torna-se realidade na Caetano Baviera de Aveiro! E é neste local que vivo um momento singular, que muito me marcou pessoalmente. Estávamos em dezembro, mês de inauguração das Instalações, quando inesperadamente me apresentam o Sr. Salvador Caetano! Eu nem queria acreditar, que a minha mão apertava a mão daquele Sr. que, tantas vezes, foi tema de conversa na minha família e que eu tanto admirava!

De uma forma muito espontânea, ainda que com voz trémula, disse-lhe que há trinta anos, a minha mãe tinha-me levado no ventre para a Salvador Caetano de Ovar e quem diria que passados todos aqueles anos, eu estaria ali. Uma colega que me acompanhava, rematou a minha observação dizendo que eramos uma família! E o Sr. Salvador respondeu: - Uma Grande Família!

Jamais esquecerei o brilho nos seus olhos e a enorme satisfação que colocou nas palavras, que se percebia serem verdadeiramente sentidas. Para mim foi, é e sempre será o “meu momento mais especial” vivido nesta Organização!

José Silva
"As Pessoas tinham orgulho em fazerem parte desse convívio. Era um dia magnífico."

José Silva, Ambiente e SST na CaetanoBus

No passado dia 5 de janeiro de 2021 fiz 33 anos de antiguidade na empresa. São várias as histórias que guardo comigo. Recordo-me dos passeios organizados por cada secção, onde as Pessoas pagavam uma quota mensalmente, para usufruírem do passeio da secção. As Pessoas tinham orgulho em fazerem parte desse convívio. Era um dia magnífico. Principalmente os convívios organizados na altura do Natal – só boas memórias.

Participei em várias atividades: no torneio de ténis, na organização de um torneio de futebol de salão e não esqueço os rally papers organizados no Grupo, nos quais participei em família – obtivemos boas classificações! Também não esqueço o início da realização da Semana da Segurança. Passado alguns anos passou a ser realizada em conjunto com a Semana do Ambiente. Ah! E os dias da “porta aberta” e o início da realização dos simulacros na empresa. Ainda me lembro, também de quando criamos o jornal da Divisão Fabril de Gaia, agora CaetanoBus. Ao longo destes anos tenho constatado e acompanhado as melhorias que têm sido implementadas na empresa.

"A reação da Margarida na rua junto a um placard publicitário foi... indescritível."

Fernando Monteiro, Diretor Geral na Caetano Auto Sintra

Fernando Monteiro

Entrei no Grupo em Setembro de 2014 e até hoje tem sido um grupo que me deu imenso conhecimento e me fez crescer profissionalmente. Em 2007 a Toyota Caetano Portugal (TCAP) fez a comemoração dos 10 anos do lançamento da primeira viatura híbrida da Toyota: O Toyota Prius. Neste sentido, desenvolveu um passatempo junto dos filhos dos Colaboradores. O objetivo era fazer um desenho “ecológico”, que representasse a melhoria/evolução do meio ambiente, com a introdução do Toyota Prius versus a atividade industrial e os meios urbanos.

Consegui convencer a minha filha a participar. Curiosamente, também ela fazia 10 anos em 2007, a 15 de março. Ela passou uma manhã na empresa para perceber o ambiente que se vivia, ver uma viatura e ter o meu apoio para executar o seu trabalho. Após alguns projetos, que ela abandonou pois achava que não ia ser capaz, conseguiu, no final da manhã produzir um desenho que gostou e se sentiu confortável para participar nesta interessante iniciativa. Enviamos para a nossa sede em Gaia nesse mesmo dia.

Após algumas semanas de espera, fui contactado pelo Marketing da TCAP informando-me que a Margarida tinha ganho o passatempo. Fiquei muito surpreso e ela ficou radiante!

O mais impressionante disto tudo, que nunca imaginámos e que ainda hoje nos marca a todos, foi:

- Ver uma campanha nacional de outdoors que recriou o desenho dela incluindo publicidade do Toyota Prius. A reação da Margarida na rua junto a um placard publicitário foi... indescritível. Saímos da nossa área de residência e os olhos dela só procuravam/encontravam suportes com o desenho dela. Durante 2 semanas a sua alegria era contagiante.

- Ser a convidada de honra de um Prius Interpares, com a presença de imensos Clientes e Colegas de empresa, onde recebeu o prémio do passatempo num momento de muita alegria e consagração.

As emoções foram muitas e, ainda hoje, são sentidas quando lhe relembro este grande acontecimento da vida dela e da minha.

Fernando Soares
"Procuro formar os jovens não só para serem bons profissionais, mas também boas Pessoas."

Fernando Soares, Team Member da Soldadura na Toyota - Ovar

A minha relação com a Fábrica começou numa sardinhada organizada pela Toyota Caetano Portugal (TCAP) Ovar. Nessa sardinhada estava prevista uma prova de atletismo que ganhei. Mas, por não ser Colaborador da fábrica, não tive direito ao prémio. Para “levar a melhor” decidi vir trabalhar na TCAP.

Foi em 1988 que consegui entrar, através de um curso de formação de soldadores. Como tinha conhecimentos de chapeiro era habitualmente convocado para fazer trabalhos em linha. Recordo muitas vezes os grandes números de produção dos modelos Hiace, Dyna e Land Cruiser BJ. Sempre achei curioso a maneira de como os Hino Trucks eram transportados pela linha, na horizontal e com um transportador próprio.

A empresa pediu-me que viajasse duas vezes a Itália, para correção de alguns problemas detetados em viaturas. Gostei da experiência, mas não gostei de andar de avião. Recordo também os grandes eventos que fazíamos na fábrica, nomeadamente os Open Day, em que cheguei a trazer a minha filha para conhecer a fábrica e conhecer o meu trabalho.

Neste momento, sinto que estou em final de carreira. Tenho agora uma boa oportunidade para formar novos Colaboradores e passar todo o conhecimento adquirido ao longo dos anos. Procuro formar os jovens não só para serem bons profissionais, mas também boas Pessoas. Incuto nos jovens os valores Ser Caetano. Preparo-os para qualquer desafio, dificuldades e eventualidades. Dou muito valor ao cumprimento de regras, limpeza e humildade.

Sou um ávido praticante da mentalidade Kaizen. Gosto de procurar sempre a melhoria continua, gosto de observar e ter o meu posto limpo. Tento também passar esta mentalidade aos mais jovens. Um bom Colaborador é multi-skilled.

Recordo com um sorriso as discussões amigáveis de futebol que tinha com o chefe. Por levar sempre a melhor com os argumentos que tinha, o chefe ameaçou não me dar aumento salarial. Apesar de ficarem todos na expectativa para saber o que ia acontecer, não passou de uma brincadeira.

Aconselho as gerações futuras a estarem sempre abertas e disponíveis para aprender e aceitarem sempre os desafios que lhes são propostos, dando sempre o seu melhor. A saber separar vida profissional e vida pessoal, com equilíbrio. Sr. Salvador Caetano foi um autêntico “gentleman”, Homem com “H” grande, que gostava dos trabalhadores de Ovar.

"Há «eventos» que nos marcam profundamente, moldam a nossa atitude e dizem muito da cultura de uma organização."

Paula Arriscado, Diretora Corporativa Pessoas, Marca e Comunicação no Grupo Salvador Caetano

Paula Arriscado

Há "eventos" que nos marcam profundamente, moldam a nossa atitude e dizem muito da cultura de uma organização. Esta história ocorreu nas vésperas do Natal de 2002. Como todos os anos, ao (quase) normal dia de trabalho, juntavam-se as situações características da época: almoço ou lanche mais animado entre colegas, troca de presentes (na altura era mais praticado) e os votos de festas felizes a vários níveis hierárquicos. Do programa constava também a prática (e ainda consta) de um considerável punhado de Pessoas, na sua grande maioria com muitos anos “de casa”, ir pessoalmente desejar as Boas Festas ao “Patrão”. No meio desta azáfama, nesse ano, houve uma jovem – na casa dos 30 e na empresa há menos de 2 anos, que trabalhava no mesmo piso da Administração – que foi “empurrada” a fazer o mesmo, o que não era habitual para alguém tão recente na empresa, mas certamente característico do “à vontade” e graciosidade de quem é jovem. Vivia-se (e ainda se vive) uma espécie de informalidade respeitosa.

Receosa q.b, a jovem lá entrou no gabinete do “Patrão”. Tinha as pernas a tremer e um sorriso genuíno. Bateu à porta e disse: “Desculpe… Sei que não me conhece, mas queria muito desejar-lhe pessoalmente as Boas Festas e aproveitar a oportunidade para lhe agradecer o quanto estou feliz por estar aqui… Nestes poucos meses, tem sido muito gratificante trabalhar aqui. Tenho aprendido tanto. Tenho viajado muito. Tenho crescido muito como Pessoa e profissional. E ainda por cima, deixam-me desenvolver as minhas ideias. Estou tão feliz! (…)”. Ao que ele respondeu, com um olhar paternal e uma postura tão carismática como carinhosa: “Sabes, menina, se estás tão feliz aqui na empresa e até dizes que estás a crescer, é porque a empresa também está a crescer. Esta empresa é o resultado do trabalho e do carinho de todos os que aqui trabalham. (…)”. Com a lágrima no olho de tanta emoção, com as pernas a tremer ainda mais do que no início e um sentimento de profundo reconhecimento, a jovem dirigiu-se para a sua secretária. E inspirada por tão grande sabedoria, pensou: “Como é possível ser-se tão Grande com uma estatura tão pequena!?”.

Lá veio o Natal, seguiu-se o Ano Novo e o regresso à empresa. Continuaram os projetos, as viagens, o acumular de conhecimento, mais desafios e o aumento de responsabilidade. Passaram-se mais de 20 anos, e a jovem continuou nesta família empresarial. Apesar de ser um grande grupo, com muitas empresas, diferentes gerações e uma miríade de personalidades, o lema é fazer, testar, errar e voltar a fazer (PDCA).

O protagonista desta história chama-se Salvador Fernandes Caetano, Fundador do grupo com o mesmo nome. Um Sr. com uma sabedoria sem época. Faleceu a 27 de junho de 2011 e ainda hoje – no mundo do digital e do disruptivo – as suas mensagens continuam tão atuais, até porque – dizia - “O futuro não pode assustar ninguém”. A jovem era eu, mas podiam ser muitos dos jovens que atualmente estão no Grupo Salvador Caetano, muitos dos millennials que gostam de “fazer coisas” nesta grande família. Na verdade, e concluindo, não são os “eventos” que nos marcam, são as Pessoas. E há Pessoas que fazem mesmo a diferença, porque moldam a nossa atitude e dizem muito da cultura de uma organização.

Adaptado do livro “Estórias na gestão de Pessoas” (Set 2019)

Joaquim Silva
"Passaram 31 anos e ainda por cá continuo, muito satisfeito com o que dei à empresa e com o que recebi da mesma."

Joaquim Silva, Pintor na Caetano Baviera

Sou pintor na Baviera Porto há 31 anos e natural de Cete, em Paredes. Na minha infância, vivida no campo a ajudar os meus pais na agricultura, via alguns adultos a chegar a casa vindos do emprego na cidade. Sempre achei que seria interessante trabalhar numa grande cidade, de preferência numa grande empresa.

Comecei a trabalhar em pequenas oficinas na aldeia, ano após ano. Até que, quis o destino que conhecesse alguém que já trabalhava na Baviera no Porto e me entregou uma ficha de candidatura. Por essa altura o importador iria mudar-se para Gaia e surgiam novas oportunidade de emprego. Assim aconteceu! Passaram 31 anos e ainda por cá continuo, muito satisfeito com o que dei à empresa e com o que recebi da mesma.

"Não basta vestir a camisola, há que suá-la. Sinto-me realizado profissionalmente e atribuo grande parte disso ao Grupo Salvador Caetano e à Toyota Caetano Portugal."

Jorge Ribeiro, Grupo leader do HUB na Toyota Ovar

Jorge Ribeiro

Entrei para a Toyota Caetano Portugal (TCAP) Ovar em maio de 1980, para o Planeamento e Controlo de Produção da Fábrica 1 e 2. Gostei da forma como fui integrado. Uma das tarefas diárias era preencher o Quadro Planning (equivalente ao Koma Board utilizado hoje). Eram usados Legos e marcadores. O Quadro Planning suscitava muita curiosidade dos Colaboradores japoneses, que visitavam a fábrica. Recordo a morosidade que era a gravação das chapas de identificação dos veículos, que era manual e a emissão de requisições em triplicado. Eram feitas numa máquina manual que trabalhava a álcool e à manivela, que contrastam com a facilidade de fazer estes trabalhos nos dias de hoje.

Subir na carreira nunca me assustou, tive sempre a ajuda dos colegas e a minha natureza curiosa ajudou-me muito em termos de progressão e oportunidades. Perguntava muito, procurava aprender e considero que, já nessa altura, tinha mentalidade Kaizen - apesar de ainda ser um conceito pouco conhecido nas décadas de 80 e 90. Odeio monotonia, adoro diversidade e gosto imenso de aprender. Sempre fui muito vocativo nas minhas opiniões que iam ao encontro dos ideais da empresa. Não tenho medo de falhar, tenho orgulho em ser trabalhador da TCAP e foi na TCAP que fiz toda a minha carreira profissional. “Não basta vestir a camisola, há que suá-la”. Sinto-me realizado profissionalmente e atribuo grande parte disso ao Grupo Salvador Caetano (GSC) e à TCAP. Sempre dei o meu melhor. Desejo que a TCAP dure mais 50 anos. “Toyota veio para ficar”.

O Sr. Salvador Caetano era um visionário, muito perspicaz e com uma visão acima da média. Para as gerações futuras, recomendo que apostem na decência, respeito e educação, independentemente do grau académico. Saber aceitar, saber ouvir, saber pensar, saber tolerar.

Outro conselho que deixo é que as futuras gerações aprofundem sempre os seus conhecimentos e sejam críticos de maneira construtiva. Jovens devem lutar para que os outros vejam valor no seu trabalho e conhecimento. A Toyota é uma marca com prestígio, adjetivo pouco utilizado, e o GSC e a TCAP devem envergar esse título com orgulho.

António Valente
"Foi com Pessoas como estas: humildes, trabalhadoras e competentes que o nome “Salvador Caetano” começou a crescer e não mais parou até aos nossos dias."

António Valente, Compras na Toyota Caetano Portugal

Entrei para esta grandiosa família no dia 1 de outubro de 1980, portanto há quase 41 anos. Na altura vim trabalhar para a Secção de Pintura como “Apontador”. O Apontador, como a própria palavra indica, tinha como tarefa apontar os tempos dos Colaboradores desta secção nas suas diversas operações (aparelhar, lixar, pintar…), mas também dar apoio ao Chefe Secção. Este responsável - o Chefe de Secção - era muito competente em tudo o que dizia respeito à pintura, com muitos conhecimentos técnicos para a altura, muito disciplinado, muito controlador, um líder à moda antiga. Todos os Colaboradores o respeitavam. Mas, apesar da sua formação técnica ser excelente, tinha algumas dificuldades ao nível do português, em especial na interpretação. Aqui começa a história:

Uma das muitas tarefas que eu fazia era requisitar material de economato. Para isso tinha de preencher uma requisição (ainda hoje é assim) a pedir o material e a mesma tinha que ser assinada pelo Chefe de Secção. Este senhor, como sempre, pedia os materiais gastos para ele ver (por exemplo: se requisitasse uma esferográfica ele queria ver a que estava gasta, um lápis a mesma coisa, etc). Certo dia, eu fiz uma requisição e, além de outros materiais, pedi um tubo de minas para uma lapiseira. O problema foi que o Chefe de Secção queria ver as minas velhas. Depois expliquei-lhe e ele percebeu e lá assinou a requisição!

A finalidade desta história foi partilhar um momento engraçado, que ficou marcado. Foi com Pessoas como estas: humildes, trabalhadoras e competentes que o nome “Salvador Caetano” começou a crescer e não mais parou até aos nossos dias. É um orgulho para mim pertencer à história desta grande família!

"A oportunidade de ir para a engenharia impôs-me uma fase de integração que foi desafiante."

Rui Mané, Grupo leader de Engenharia na Toyota Ovar

Rui Mané

Entrei para a Toyota Caetano Portugal (TCAP) Ovar em outubro 2003, para a pré-montagem dos pneus. Pouco depois, passei para linha dos chassis e depois, em 2006, para Tempos e Métodos (Engenharia). A pré-Montagem dos pneus era um posto duro. Chegava a casa e deitava-me, sem energia para mais nada. Dessa altura, lembro-me de um colega em particular, o Igor, era ucraniano e uma das melhores Pessoas que conheci. Era engraçado e gostava muito de aprender, apesar das dificuldades com a língua. Ajudava-o muito na integração e no trabalho diário. A oportunidade de ir para a engenharia impôs-me uma fase de integração que foi desafiante. Apesar de, muitas vezes, duvidar de mim mesmo, consegui superar o desafio de responsabilidade elevada.

Não me vejo como um chefe, mas como um líder (com muito para aprender). Não gosto de usar a palavra “chefe” para descrever a minha posição. A transição de colega para “chefe” foi complicada, mas procurei sempre que as Pessoas mantivessem a relação que tinham comigo. Apesar de haver atritos nessa mesma transição, foram sempre resolvidos.

O Ser Caetano já está intrínseco na minha maneira de ser. Preocupo-me com as Pessoas e o respeito prevalece sempre. Apesar de nunca ter lidado diretamente com ele, o Sr. Salvador Caetano, parecia-me ser uma Pessoa normal, simples e direta. Muito humano, era imponente e reconhecia o esforço dos outros.

Destaco no meu percurso a transição do posto da linha de chassis para uma posição de chefia na engenharia. As viagens ao Japão, os Face to Face de Ergonomia e o curso intensivo de Engineering Development na TME France. Orgulha-me quando representantes da TMC ou TME visitam a fábrica - oportunidade de mostrar que com pouco se faz muito.

Considero o Dia Aberto e o Dia do Colaborador uma experiência rica que se deve repetir. Destaco o Evento 5 Continents Drive, um evento de grandes proporções acolhido pela TCAP Ovar, enquanto primeira fábrica da Toyota na Europa. É um facto do qual me orgulho muito.